A ROBÓTICA NA ADVOCACIA é uma ameaça ou uma aliada? Com o advindo do Processo Eletrônico (PJe), a tecnologia assumiu o papel de reestruturador na militância advocatícia que, por sua vez, impôs grandes avanços no tocante à gestão completa de um escritório e às demandas processuais. Sua relevância e importância já é fato que impulsiona a robótica e está no presente, o futuro já chegou.
Ainda sobre a tecnologia jurídica, podemos observar que ela se impôs ao mercado jurídico de forma homogênea, acessível, funcional e transformadora em relação à advocacia tradicional. Ela permite, por exemplo, que advogados em início de carreira possam competir no mercado inchado de forma igual no que tange à captação ética, claro, desde que tenha um ótimo planejamento estratégico, uma ótima gestão interna e o entendimento básico de como usar essas ferramentas tecnológicas (SOFTWARES) dentro da realidade mercadológica de cada escritório, ou até mesmo, dentro da concepção de um home office.
Contribuição da tecnologia para os escritórios de advocacia
É sabido por todos, ou pelo menos pela maioria, a grande contribuição que a tecnologia trouxe para o universo dos escritórios jurídico com seus softwares de gestão, permitindo, por exemplo, um melhor aproveitamento do tempo para atividades intelectuais de peticionamento, estudos e concepções de novos negócios.
Isso porque as ferramentas permitem um controle online, ou seja, de qualquer máquina e de onde você estiver, não sendo necessário seu deslocamento até o escritório para acompanhar rotinas operacionais como controle de processos judiciais e extrajudiciais, controle de prazos processuais, agendas, controle de compromissos, controle de audiência, controle de contratos, controle financeiro e até controle de parceiros fixos ou parcerias efêmeras, dentre outras inúmeras ferramentas.
Tudo o que falamos acima sobre a tecnologia jurídica não é a novidade. Para entender melhor mais esse avanço é só observar a tendência da ROBÓTICA, já discutida em encontros e feiras de negócios nacionais do mercado advocatício.
Mas, o que de fato a Robótica vem apresentando para esse nicho?
Bom, a nível internacional destacamos o ROSS – colaborador Robô para a execução de atividades advocatícias. O ROSS, construído pela IBM tem a função de trabalhar como se fosse um advogado humano: além de realizar pesquisas em mais de 200 milhões de páginas de conteúdo na internet e armazenar um banco de dados próprio, ele ainda é capaz de entender e responder, em inglês, questões jurídicas.
Podemos comparar o Ross como uma enciclopédia ambulante, um colaborador que tem a expertise de responder todas as perguntas realizadas pelos advogados do escritório. Vale ressaltar que o ROSS não o único nos EUA e em outras partes do mundo.
Outro destaque é para, Ronald Collins, um professor da Escola de Direito da Universidade de Washington, que esboçou um sistema que promete dispensar até mesmo os juízes e os funcionários dos Tribunais, pelo menos em alguns casos jurídicos.
Ele propôs a criação de um aplicativo que solucionaria questões jurídicas de forma padrão, a partir do preenchimento de dados pelas partes envolvidas. Respondidas as perguntas, o programa gerará a decisão judicial que melhor se aplica ao caso, tomando como base um banco de dados de decisões anteriormente emitidas para esse tipo de ação.
Demandas como a cobrança pelo inadimplemento de taxas condominiais ou de aluguéis em atraso, por exemplo, poderão ser resolvidas sem a necessidade de ajuizamento de ação para essa finalidade.
A nível nacional, destacamos a Dra. Luzia, a primeira advogada Robô desenvolvida pela startup LEGAL LABS para a Procuradoria do Distrito Federal com a incumbência e dar maior eficiência às execuções judiciais.
Só na capital Brasileira, são 393 mil processos em andamento, dos quais, geram uma receita inadimplente de R$: 24.000.000,00 em multas atrasadas, IPTU, ICMS, IPVA. O que a doutora Luzia se dispõem a fazer é reduzir esses gargalhos e já começa atacando a procuradoria do DF.
A robótica pode substituir o advogado em breve?
É, a robótica na advocacia está trazendo, sem dúvidas, grandes avanços, mas, também, algumas incertezas e mitos. O maior mito é que a robótica pode substituir o advogado em breve, se caracterizando mais como uma ameaça do que avanço. Mas, como todo mito, não se sustenta no real.
Podemos dizer que toda essa tecnologia é capaz de criar sim um sistema cognitivo em uma máquina, possibilitando o processamento e cruzamento de informações, com aperfeiçoamento continuadamente atualizado, assim, a Robótica é competente para desenvolver o aprendizado por informações codificadas (banco de dados). Isso permite que robôs desempenhe parte do pensamento humano no exercício de tarefas delimitadas, devido sua capacidade rápida de acesso a bancos de dados, a realização de tarefas massificadas, operacionais e, sem muita complexidade, até intelectuais.
Contudo, não podemos afirmar que a Robótica irá substituir o humano. A tecnologia tem auxiliado e facilitado a vida laboral em todas as áreas e no mundo jurídico não está sendo diferente. Mas, a inteligência artificial ainda não é capaz de desenvolver a habilidade das sensações, processar emoções, intuir. Não sendo capaz de interagir com o ser humano no campo emocional/psicológico. Até para a ciência decifrar o integral funcionamento do cérebro tem sido uma tarefa distante da nossa capacidade. Logo, podemos concluir que, não somos capazes, como criadores da robótica, de substituir o papel laboral humano criando um software à nossa semelhança sem conhecer todos os mistérios do funcionamento cerebral.
Concluímos que a Robótica é sim uma grande aliada, que seu papel é renovador e reconhecer sua funcionalidade e importância no meio da militância advocatícia é um grande indicativo de atualização, crescimento e posicionamento moderno. Que seja bem vinda a Robótica!
Por Cláudia Maximo – Sócia fundadora da Agência Comunik Doutor
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