Robô advogado facilita processos de consumidores contra empresas
Bot faz o intermédio entre o consumidor e a Justiça em ações
Haroldo: o robô especialista em defesa do consumidor, o procon do consumidor
A empresa foi criada pelo advogado Arthur Farache, CEO, e por Carlos Anibal de Carvalho, que atua como chefe de tecnologia. “Comecei um curso de inteligência artificial no ano passado e tentamos aplicá-la a alguns campos. Um dos resultados foi o Haroldo, que criamos antes mesmo da empresa. A meta é resolver o problema de acesso à Justiça. Não queremos substituir o advogado, mas facilitar o acesso a ele”, afirmou Farache, em entrevista a EXAME.
No contrato dos serviços da Hurst oferecidos por meio do Haroldo, o consumidor transfere seus direitos de processar a marca envolvida no caso para a empresa. “Compramos o direito do usuário e passamos a ser autores da ação. O advogado é que vai defender os nossos direitos”, segundo Farache, que terceiriza o trabalho a uma firma de advocacia. Conforme as novidades aparecerem, o cliente é avisado sobre o andamento do processo.
Caso o consumidor perca a ação, nada é cobrado. O lucro da empresa vem quando a pessoa ganha o processo: a taxa cobrada é de 30% do valor recebido. “Não cobramos se a pessoa perder o processo. Pré-selecionamos alguns tipos de processos e assumimos todos os custos”, diz o cofundador.
Farache trabalhou no mercado financeiro e já teve uma companhia de investimentos antes de empreender com a Hurst e o Haroldo. O projeto teve investimento próprio, de valor não revelado, para sair do chão e começou a faturar já no seu primeiro mês de atuação com o bot no Messenger, março deste ano.
Haroldo: o robô especialista em defesa do consumidor
A inteligência artificial é usada como base para que o Haroldo possa se comunicar com pessoas como se fosse em uma conversa com um amigo. Ou seja, a digitação não precisa ser em linguagem formal para que as mensagens sejam compreendidas. Fora isso, a Hurst também usa essa técnica de tecnologia da informação para analisar o que é publicado em edições do Diário Oficial, em busca de causas relacionadas aos direitos do consumidor que foram ganhas.
Além de facilitar o acesso do consumidor à Justiça, outra ambição da Hurst é viabilizar, por meio da tecnologia, a criação de ações coletivas contras empresas. Para Farache, isso pode ajudar a desafogar o judiciário com ações semelhantes. Essa modalidade de processo é relativamente comum nos Estados Unidos. A empresa deve entrar com a sua primeira ação coletiva ainda neste mês.
Outro robô da Hurst, chamado Leopoldo, deve ser lançado em breve. O foco dele é fazer o intermédio de processos de pequenas e médias empresas que pagaram mais imposto do que deveriam.
O uso de inteligência artificial também é usado em escritórios de advocacia para agilizar tarefas repetitivas, como acontece no Urbano Vitalino.